“PEDOCRACIA”
Em pleno século XXI, nos encontramos em
um período em que as famílias estão vivendo sob o “governo das pequenas
autoridades”, onde os pais só saem quando a criança quer, assistem aos
programas que a criança quer e vão a restaurantes com parquinho, onde enquanto
um brinca o outro come e vice versa. A
pedagoga Marcia Neder define esse período como pedocracia.
Há 50 anos atrás elas tinham
vontades, hoje mandam e exigem.
Há quem
considere isso um fator de diminuição do poder paterno/materno, más pelo
contrario, nada diminuiu, o que aumentou foi o poder dos filhos nos últimos
tempos, onde mesmo sem “birra”, os mesmos tem todas as vontades atendidas.
Os
pequenos de hoje na verdade são fruto de uma geração de pais que já tiveram
suas infâncias mais liberais também, e que normalmente buscam se impor com
atitudes que não querem que a criança tenha, como dar ordens gritando.
Lembrando que somos como um espelho para a criança, e que tudo isso também nos
prejudica. A liberdade da criança tira a liberdade dos pais, fazendo a família viver
em função desse processo.
Segundo
a escritora Mary Del Priore, foi depois da segunda guerra, onde surgiram as
leis de proteção a infância e jovens ganharam visibilidade que começou a ser
buscado uma educação mais liberal, deixando de lado aquela criação mais
dominadora.
De certo
modo, pode-se considerar um grande avanço o fato das decisões serem tomadas em
conjunto (pais e filhos), porem não pode ser confundido com a palavra final, é
necessário um equilibro onde não devemos ignorar a opinião da criança lembrando
que ela não é capaz de definir o que é melhor para ela.
Não
existe um único culpado, considerando que somos vitimas de uma tendência sócio
cultural com influencia da mídia, que acaba por “adultizar” precocemente a
criança.
Estabelecer rotinas é uma boa saída,
definindo horários para acordar, brincar e dormir, sendo a recompensa pelo
cumprimento da mesma nunca coisas materiais, mas sim elogios e carinho. As
birras devem ser ignoradas e logo que acalmada (por conta própria) a conversa é
a melhor maneira de mostrar o que foi errado, “gritar de volta” só irá gerar
mais conflito e estresse.
A regra
não deve vir como um castigo, mas como uma segurança e bem querer para com a
criança.
Não realizar o desejo da criança de
prontidão não significa ser uma “mãe/pai ruim”, algumas atitudes, como as
citadas acima, podem servir como apoio e ajuda a criança a valorizar mais as
coisas que tem.
FERNANDA N. ALVES